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Rastros do amor: Psicoterapia do Luto

  • fantileticia1
  • 30 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de nov. de 2024


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Melancolia, 1894, de Edvard Munch

Diante de uma importante perda afetiva, por que seria importante a busca por psicoterapia? A princípio, pensamos na dificuldade de lidar com a intensidade da dor emocional, do sofrimento e na dificuldade de “seguir em frente”. Aliás, seguir em frente é algo bastante cobrado pelas pessoas que convivem com o enlutado, pedindo-lhe que retome suas atividades, que volte a investir nas relações afetivas, no trabalho, nas coisas que antes lhe interessavam tanto…

Segundo Freud, o trabalho de luto consiste essencialmente em concentrar grande parte da energia psíquica nas lembranças e em tudo o que estava conectado à pessoa que partiu e, gradualmente, conseguir desinvesti-las. É por isso que perdemos interesse nas coisas que antes gostávamos quando vivemos uma perda importante. E isso é normal, faz parte do processo de luto. O sentimento de tristeza nos invade, o mundo fica sem graça, tem-se a vontade de ficar apenas recolhido, quieto, sem ânimo para fazer as coisas que antes eram realizadas sem dificuldades. Muitas vezes os pensamentos ficam restritos apenas àquilo que tem nos causado dor. Em outros momentos, o esforço para evitar esses pensamentos dolorosos é considerável.

A dor e a vivência do luto são únicas. Cada pessoa vive essa experiência à sua maneira. Logo, não existe uma forma única de reagir a uma perda, nem um tempo exato de duração dessa dor. Algumas pessoas demonstram tristeza e choram frequentemente, outras mostram-se apáticas e apresentam dificuldade de sentir a perda.  Muitas vezes, a impossibilidade de compartilhar sentimentos e lembranças e de se sentir acolhido acaba aumentando o sofrimento.


Quando amamos alguém, investimos afeto na relação com essa pessoa e, em certa medida, nos identificamos com ela, isto é, capturamos para nossa subjetividade aspectos de quem essa pessoa é: de certa forma, segundo a teoria psicanalítica, somos quem somos a partir da articulação da variação de identificações que vamos fazendo ao longo da vida. No momento em que perdemos uma pessoa amada, perdemos muitas outras coisas que se vão com essa relação. E saber quais são essas coisas é trabalho para desvendarmos na psicoterapia, pois isso é singular de cada relação, de cada pessoa.


A psicoterapia pode auxiliar a entender as sensações e sentimentos suscitados diante de importantes perdas, além de identificar e desenvolver recursos para enfrentar esse momento doloroso. Através do trabalho da psicoterapia, podemos também encontrar e delinear um novo lugar para quem se foi: afinal, de alguma forma, essa pessoa ainda continuará existindo em nosso universo emocional…


O tratamento psicoterapêutico tem duração variada, pois cada um viverá sua dor de maneira individual e ao seu próprio tempo. O acolhimento psicológico não impede a vivência do sofrimento, mas pode tornar esse período menos difícil.

 
 
 

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