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Tons da Dependência Emocional: o Vínculo Tantalizante

  • fantileticia1
  • 12 de dez. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de jun. de 2024


Separação, 1896, de Edvard Munch

O mitológico suplício de Tântalo envolve uma eterna condenação a passar fome e sede. A punição concedida por Zeus ocorreu porque Tântalo teria roubado os manjares dos deuses do Olimpo. Mais precisamente, Tântalo passou a ficar eternamente acorrentado a um lago. Assim, quando se preparava para saciar sua intensa sede e fome, as águas e frutos que se aproximavam com a promessa de satisfazê-lo e alimentá-lo de repente se dispersavam e se retiravam, perpetuando um irreversível e repetitivo ciclo de promessa de saciedade e frustração. Remetendo ao mito de Tântalo, segundo o dicionário Aurélio, o termo “tantalizante” refere-se à tormenta de algo que se apresenta à vista, excite o desejo de possuí-lo, mas logo se afasta, frustrando continuamente a satisfação deste desejo.

Esse mito foi evocado pelo psicanalista David E. Zimerman para descrever um tipo de dependência emocional relacionado a uma forma patológica de amar: o vínculo tantalizante. Neste tipo de relação, há predominância de elementos que caracterizam uma vinculação de domínio, apoderamento e sedução. Na vida cotidiana, trata-se de um sofrimento cronificado em uma relação amorosa na qual um dos parceiros “não ata e nem desata”.


Nesses relacionamentos, um dos parceiros renova constantemente suas promessas de união estável e exclusiva, frustrando e logo em seguida restaurando as esperanças do outro. Por diferentes razões, um dos parceiros da relação se diz impedido de realizar suas promessas de união definitiva: porque está casado e não sabe ao certo se deve se separar, porque é necessário ajeitar sua situação econômica, porque os filhos ainda são pequenos e não entenderiam essa situação ou então porque são adolescentes e é necessário ter paciência até que se tornem independentes e por aí vai…

Deste modo, o indivíduo tantalizado dessa relação amorosa patológica vai cronificando sua condição de excluído. E assim o tempo vai passando entrecortado por períodos críticos em que se jura que tudo está acabado até obter novas promessas de amor, uma vez que, agora sim, tudo vai dar certo.

De maneira semelhante à relação amorosa descrita acima, essa vinculação patológica também pode estar presente em certos casamentos. Em geral, são casais que vivem juntos, porém não conseguem ficar sós, mas também não podem ficar separados, motivo pelo qual a relação tende a ser entrecortada por inúmeros intervalos de separações seguidos de reaproximações em um círculo vicioso.

A relação amorosa tantalizante apresenta características de aprisionamento que tende a se cronificar, formando um tipo de vínculo que consiste num eterno jogo de sinais de promessas de dar algo que tão logo é retirado, com periódicos términos e reaproximações.

Nestes casos, podemos afirmar que o vínculo estabelecido entre o casal está adoecido. O modo como esse relacionamento é determinado guarda profundas raízes psíquicas em cada um dos envolvidos. Se você vive em um relacionamento desse tipo e deseja sair desse ciclo doloroso e angustiante, o tratamento psicoterapêutico é indicado.


 
 
 

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